Lucas Pocay

Política

Lucas Pocay alerta: esse modelo vai engolir empregos, municípios e o futuro das cidades

Em entrevista, Pocay detalha os riscos da medida, propõe soluções inteligentes e reafirma seu compromisso com os trabalhadores e empresários

Lucas Pocay alerta: esse modelo vai engolir empregos, municípios e o futuro das cidades
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O ex-prefeito de Ourinhos e atual diretor da Associação Paulista de Municípios (APM), Lucas Pocay, se tornou uma das principais vozes no Estado de São Paulo contra o novo modelo de concessão proposto pelo governo estadual para os serviços de remoção, guarda e leilão de veículos. Em entrevista exclusiva, Pocay detalha os riscos da medida, propõe soluções inteligentes e reafirma seu compromisso com os trabalhadores e empresários que movimentam esse setor essencial.

JORNAL - O novo modelo proposto pelo Estado centraliza em apenas sete lotes a operação de pátios e guinchos nos 645 municípios paulistas, entregando o serviço a grandes grupos por 25 anos. Por que isso é um problema?

Lucas Pocay - Porque é uma proposta que parece moderna no discurso, mas é excludente na prática. Ela ignora a realidade dos municípios, sufoca empresas locais, desmonta uma rede que sustenta milhares de famílias e ainda impõe um contrato engessado de duas décadas, sem diálogo, sem flexibilidade e sem respeito à diversidade do nosso Estado.

JORNAL - Quais os impactos concretos para as cidades e para a população?

Lucas Pocay - A primeira vítima é o trabalhador: motoristas, atendentes, mecânicos, pessoal de escritório e de pátio. Empresas locais que hoje prestam esse serviço de forma responsável serão engolidas por grandes grupos. Os municípios perderão arrecadação, autonomia e a capacidade de ajustar tarifas à realidade local. E o cidadão vai pagar a conta com tarifas mais altas e um atendimento que não conhece as particularidades de cada cidade.

JORNAL - Você tem defendido alternativas ao modelo proposto. Quais são elas?

Lucas Pocay - Sim, temos caminhos mais equilibrados e constitucionais. Uma delas são os consórcios públicos regionais, previstos no art. 241 da Constituição. Outra alternativa são as concessões municipalizadas, que respeitam a realidade de cada território, mantêm os empregos, garantem concorrência justa e permitem que a arrecadação fique no próprio município. Não podemos aceitar um modelo imposto de cima para baixo.

JORNAL - Qual tem sido o seu papel nessa mobilização?

Lucas Pocay - Estamos liderando esse movimento com responsabilidade, ouvindo associações, empresários, trabalhadores, prefeitos e vereadores. Não é uma briga partidária, é uma defesa da autonomia municipal, do emprego local e do bom senso. Já dialogamos com diversos segmentos e agora buscamos uma agenda direta com o Estado, que precisa ouvir quem está na ponta.

JORNAL - O que você espera do governo e das instituições de controle?

Lucas Pocay - Transparência, diálogo e respeito. O Ministério Público precisa acompanhar esse processo com atenção, porque o impacto é profundo. Estamos falando de vidas, de economia real, de justiça social. Ainda dá tempo de corrigir a rota e construir um modelo mais justo para todos. E eu sigo à disposição, como sempre estive.

Lucas Pocay encerra a entrevista reafirmando seu compromisso com a boa política, com a construção de soluções reais e com a valorização das cidades e das pessoas.
“Esse é o nosso papel. Ouvir, representar, propor e lutar. Sempre com verdade, coragem e responsabilidade.”

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